Turismo e Aventura
Saracura e Cida, João e Lucia, Graça e Pascoal |
De Antônio
Francisco de Jesus, ou simplesmente Saracura
243 páginas
– infographics Gráfica e Editora
E o livro também viajou! Foi para minha mãe, 93 anos de idade, passou para minha irmã, e depois a vizinha dela! Ei, devolvam o livro por favor! Brincadeiras à parte, só agora posso tecer algumas palavras sobre o livro de Saracura, PORTUGAL E MINHA AVÓ CEGA. Conheci a escrita de Saracura através da minha mãe de coração, já falecida, Lígia Pina, com o livro Os Tabaréus do Sítio Saracura. Daí, eu e minha mãe, passamos a acompanhar os lançamentos do intrépido escritor. Mais tarde o encontro coordenando a Bienal do livro de Itabaiana, (participamos em 2013- super evento!) e o conheci pessoalmente através do Domingos Pascoal. Daí em diante, quando posso, comparecendo aos eventos acadêmicos nos encontramos. Sem muito floreios...
Esse livro mais novo li de uma sentada. Voltei a ler para
destacar certas passagens para mim bem interessantes. Embora no expediente
conste “Esta é uma obra de ficção”, não acho. – Como, se há fotos, pessoas interagindo o
tempo todo? Está bem documentado. Na verdade, Saracura conseguiu através de uma
bela viagem, ele e a esposa Iracilda, aqui sempre tratada por Cida, e mais dois
casais, descrever um pouco de Portugal e seus costumes. Os “causos” acontecidos
são ilustrativos do humor de Saracura, os puxões do guia Rui Catalão, as
“perrengues” junto a Pascoal também! Fui lendo e sorrindo, até das profecias de
Pascoal que não se realizaram, da cobra cascavel espertalhona e com pena de Saracura
sofrendo com o joelho pelas ladeiras e escadas da cidade, e as contas que fez a
cada empreitada, tudo na ponta do lápis.
Achei admirável a parceria entre os casais: Saracura e Cida,
João e Lucia, Pascoal e Graça. Curti
partes da viagem ao lembrar as narrativas de Lígia de quando visitou Portugal e
várias cidades daquele país. Saracura tem um recurso peculiar, vai ligando um
fato ao outro, encaixando tudo, bisbilhoteiro confesso, é um crítico de tudo.
O elemento surpresa é a visão da avó. Verdade, mas e a avó dele estava em Portugal,
quantos anos teria essa avó? Pela idade dele era possível? Ansioso para encontrá-la
(que segundo ele, ainda estaria vivendo em Portugal), num dia de passeio, se vê
quase a um passo dela. Uau, seria? Só não pode constatar por causa da timidez.
Saracura não esconde as erradas, as mazelas do país, os costumes, mas realça
com graça e fantasia as coisas boas. Principalmente os vinhos e a fartura do
bacalhau! O João Medeiros se esbaldou!
Não vou me esticar em repassar textos do livro - bom mesmo é
que cada um se debruce sobre ele - se divirta e aprenda como uma ideia mantida
por anos, (nem que fosse por brincadeira), a intenção de encontrar uma avó em
terra distante, (ele garante que ela era, naquela rua) leva três casais de
amigos a uma viagem de turismo além mar, mas na verdade, é uma aventura para
ser contada em livro bem gostoso de se ler. De parabéns o professor e empresário Emmanuel Franco
Filho por bancar a publicação do livro.
Ia dizer, só não gostei das fotos, pequeninas, amareladas.
Mas não, ele avisa, vá nas últimas páginas tem o Code que nos leva ao YouTube com vídeos de Pascoal e Saracura fazendo todo tour. @DomingosPascol e @antoniofjsaracura.
Então nada faltou. Quero mais.
Shirley Rocha – jornalista e atual presidente da Academia Literária de Vida, fundada pela professora, poeta e escritora, membro da Academia Sergipana de Letras, Maria Lígia Madureira Pina em 1992.