Recebendo o Troféu Falcão de Ouro, na III Bienal do Livro em Itabaiana/ 2015. |
Maria da Conceição Ouro Reis - (13.04.1929 - 06.06.2021)
Fundadora da Cadeira 4
Patrona:
Maria Rita Soares de Andrade
Só
em 1992 começamos a nos encontrar mais frequentemente, por conta da ideia de
Lígia de criar um grupo de professoras recém aposentadas (Colégio de Aplicação)
para se reunir e discutir sobre literatura. Ela não queria que o grupo se dissipasse, queria
preservar a companhia das colegas. O grupo inicialmente foi denominado de Hora
Literária.
Maria Conceição Ouro Reis, nasceu na cidade de Aracaju, em 13 de abril de 1929, filha de José Ouro Junior e Maria Mesquita Barreto Ouro. Casou com José Maria Campos Reis, teve dois filhos Maria Mônica e Domingos Sávio (falecido).
Ela
fez curso de Letras Neolatinas pela Universidade Federal da Bahia em 1953; Curso
de especialização em Frances e Italiano pela Universidade Federal da Bahia
(Língua e Literatura) 1953; Extensão em Psicologia pela Faculdade Católica de
Filosofia da Bahia 1954; Pós - graduação em Metodologia do Ensino – UFS-1973; Extensão
em Teoria Psicanalítica - UFS e Apresentação de papaers no Centre Hospitalier
Robert Ballanger - França( 1993-1994-1997 e 1999)- 1993:“Sur I É criture des
poèmes”; 1994: “Psychanalyse et “Poèsie 1997: “Projet de Crèation
Littéraire-une experience avec des adolescentes”; 1999:“Présentation du NAPSI,
une ONG brésilienne. ”); fez vários cursos por cidades do Brasil Aracaju/SE, em Salvador/BA e no exterior - em
1991 Zurich/Suiça, França/Paris 1992 e
Géneve/Suiça 1992, também apresentando trabalhos na área de Psicanálise.
Foi
vice-presidente do Núcleo de Atendimento Psicológico - NAPSI com sede em
Salvador/BA e membro fundador do Fórum Bahiano de Formação em Psicanálise e
Estudos Disciplinares. Professora do curso de Teoria Psicanalítica da UNIFAES
(pós-graduação “latu senso.
Distinções
Diploma
de Honra ao Mérito pelos serviços prestados ao Magistério, conferido pela
Associação de Professores Licenciados do Brasil, seção/Sergipe; Título
Educadora do Ano de 1992, conferido pelo Sindicato dos Professores de Sergipe;
Título de Professor Emérito da Universidade Federal de Sergipe (Resolução n.
07/2005/consu); Placa da Independência , em 1994conferida pela Secretaria de
Educação do Estado de Sergipe; Homenagem da Secretaria de Estado da Educação em
2006 reconhecendo os inestimáveis serviços prestados à Educação em Sergipe;
Título “Educadora destaque 2008” conferido pelo governo do Estado; Troféu
Falcão de Ouro, entregue na III Bienal do Livro em Itabaiana-2015. Era colaboradora
do Movimento Cultural Antônio Garcia Filho - MAC da Academia Sergipana de
Letras. Foi homenageada com Menção Honrosa pela Secretaria de Estado da Cultura
(Secult) em 18 de maio de 2017. Faleceu dia 06 de junho
de 2021 em Aracaju/Sergipe.
Produções
Durante
a adolescência Maria da Conceição publicou na revista ÚNICA (circulou por mais
de vinte anos em Salvador/BA) suas poesias e crônicas de 1951 a 1970. Revista
Cultura, do Diretório Acadêmico da Faculdade de Filosofia da UFA 1952; Jornal A Tarde
em 1952 e de 1981 a 1991., Jornal Diário da Bahia 1952, Jornal ACRUZADA em 1952 -Aracaju; Jornal Diário de Aracaju em
1970; Aperitivo poético 1986, 1989 e 1990
Aracaju; Caderno de Cultura do Estudante da UFS em 1990 (artigo sobre Silvio
Romero e artigo sobre José Augusto Garcez) ; Jornal da Cidade em 1994 e 1996
com a coluna “Anamorfose” sempre aos domingos; El Sergipense, 1983 de Santo
Amaro/Sergipe; Jornal Letras Sergipanas
da Academia Sergipana de Letras; participou de diversas antologias, jornais e
revistas da Academia Literária de Vida.
Sua
participação na Academia era cativante, pois sempre trazia às reuniões assuntos
relevantes, fossem seus escritos ou notícias do trabalho junto ao NAPSI em Salvador.
Nosso arquivo guarda preciosas
colaborações, muitas fotos, principalmente as do jantar com que fechava sua
reunião, todo mês de dezembro. Nos deu em 19 de dezembro de 1993 a sugestão de
acrescentar ao nome da Academia a palavra VIDA, para ela, diante do que
discutíamos mensalmente, nossos encontros não eram “apenas uma hora literária”,
pois mantínhamos trocas enriquecedoras para nossas vidas. Foi aceita por
unanimidade. Também por isso nosso lema é o pensamento de Leonardo Da Vince: Arte
é Vida; Vida é amor; Amor é Deus!
Livros Publicados
Seu
primeiro livro foi A Lagoa do Fauno - 1975 (poesia), depois, já no
Colégio de Aplicação da UFS publicou Projeto Laboratório de Criação
Literária (1-Projeto, 2- Poesia 1980; Redigir Bem ou a Arte de Comunicar-se
1988; EVELINA - 2014 (primeiro romance, escrito quando tinha 17
anos) e OS EXECUTORES -2014, de contos. Tem inéditos até o momento
(listrado no currículo entregue a ALV,) 26 livros, 30 trabalhos de psicanálise
e mitologia e mais três estava em andamento: VIDA - ÁGUA, FOGO, TERRA E AR;
Psicanálise Humanizada - Ensaio; e Lições da Vovó -Método Camaleão-Crônicas.
Último Canto
Eu não posso velar um cadáver eternamente,
urge que o enterre
e o esqueça da lembrança.
Os primeiros sinais de decomposição
já se fazem sentir.
Não o toco siquer;
o vergaria por certo.
A febre que de súbito
estrangulando o ser
deixou na minha boca
um velho gosto amargo,
foi a última gota
da minha compaixão.
Será, enfim, a liberdade nua,
que surgirá como Vênus das ondas.
E o frio fantasma do meu espírito
terá fim.
Talvez lhe jogue uma flor,
pela evocação
de sua imaginação.
Ninguém mais falará do Fauno Encantado.
Por Shirley Rocha - jornalista, presidente da Academia Literária de Vida e membro da União Brasileira de Escritores/Núcleo Aracaju-UBE/AJU.