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terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Graziella Cabral, a Cigarra Cabocla


Discurso de Maria Lígia Madureira Pina, presidente da Academia Literária de Vida por ocasião do Recital de Poesias, com o tema “Graziella Cabral, A Cigarra Cabocla” promovido pelo Instituto Dom Luciano e a Academia Literária de Vida, no dia 17 de dezembro de 2005, no auditório do Instituto Dom Luciano Duarte.

Dom Luciano José Cabral Duarte
Autoridades presentes e representadas
Familiares da homenageada
Senhoras e Senhores,

19.12.1897- 01.08.1987
-Que personagem é essa que nós retiramos dos arcanos do tempo para vos apresentar neste momento?
Que mulher é esta, nascida há 108 anos e que veio ao mundo com a cabeça um século além da sua época?
Esta mulher é Maria Graziella Telles Cabral. Nós, que fazemos o Instituto Dom Luciano Duarte e a Academia Literária de Vida, vamos trazê-la de volta à vida, por um pouco de tempo para que os que a conheceram possam relembrá-la e a grande maioria conheça um pouco da sua história.
Graziella nasceu em Capela - a Princesa dos Tabuleiros - a 19 de dezembro de 1897. Era filha de Francisco Vieira de Mello Cabral e de Honorina Telles Cabral, da melhor estirpe capelense. Estudou na Escola Normal “Rui Barbosa” que por certo lhe abriu a mente, as idéias, despertando os seus dons artísticos. Inteligente, culta (lia muito), chegou a ser Secretária de Instrução Pública. Admirada por uns, invejada por outros, criticada e discriminada por muitos, Graziella compreendeu que era preciso abrir caminhos num mundo maior, como fizeram Nísia Floresta, Ítala Silva e tantas outras mulheres que lutaram para distribuir os dons que do Alto receberam. A saída foi estudar música no Conservatório de São Paulo, como fizera Bidu Sayão, no Rio de Janeiro. Seu sonho era o palco, a atração do público nos seus olhos. Gostava da música, tocava bem o piano, mas seu ideal, o seu anseio estava na palavra.Era poeta.A palavra encantava-a.Tornou-se declamadora.Nos seus recitais tornava conhecidos poetas brasileiros e internacionais.
Fixou residência no Rio de Janeiro, de onde partia qual cavalheiro medieval, tendo por espada a palavra, por elmo a inteligência e por couraça a coragem. “Não andava por desertos e por noites escuras”, como o paladino de Antero de Quental. Seu universo eram os salões iluminados, de Belém do Pará ao Prata (Rio Grande do Sul), do Uruguaia, do Paraguai e da Argentina, onde viveu por algum tempo.
E como tomamos conhecimento de Graziella? – Eu a vi apenas uma vez... Foi no início da década de 50, no escritório da firma Cabral Machado e Cia. Numa manhã ensolarada, entra na sala aquele vulcão... Cabelos negros, lisos, a altura dos ombros, uma franja cobrindo-lhe a testa, olhos vivos, brilhantes, vestido justo, a altura dos joelhos. Efusiva, abraçava os sisudos parentes de sorriso amarelo... – Olá Graziella, como vai? A visita durou segundos... E lá se foi Graziella, ágil, vibrante, como uma borboleta, ou um beija-flor? Ficou-me a lembrança da sua figura exótica, sem saber quem era ela. Só fui saber anos depois, já na década de 70. Foi durante um dos nossos saraus, na residência da minha amiga, professora, poetisa Leonor Telles de Menezes. Aquela mulher exuberante que eu vira uma única vez era a grande declamadora, Graziella Cabral.
Em 1998, por ocasião do Centenário de Graziella, a Academia Sergipana de Letras prestou-lhe uma homenagem. Estavam presentes sua sobrinha Mara Cabral, o marido Petrônio Gomes (escritor), uma ilha do casal Lilian, o irmão de Graziella, Carlos Cabral e o primo Cabral Machado, um dos acadêmicos. Em 1999, a Academia Literária de Vida, homenageou Graziella, com matéria de primeira página “Graziella: A Cigarra Cabocla”, da autoria de Shirley Rocha contendo também a crônica de Petrônio Gomes “Morre uma Cigarra”, publicada no jornal do mês de julho.
E de onde lhe vem o cognome Cigarra Cabocla do Brasil? O cognome lhe foi presenteado por outra mulher “um dos valores culturais do Brasil, Aidée Nicolussi. Ano assado, 2004, no aniversário de Graziella fiz uma comunicação ao Conselho de Cultura, durante uma sessão da Câmara de Letras e Artes e citei o poema” Brasi Sortero” de Hilário Sonegheti que todos pensavam ser de sua autoria, porque ela sempre o declamava. A então Conselheira Ilma Fontes sugeriu que se reunissem as poesias de Graziella para publicá-las em livro. Mas, onde se há de encontrar este tesouro? Lembrei-me de D. Mara Cabral Gomes. Telefonei-lhe solicitando uma entrevista que de pronto me foi concedida. Ao abordar o assunto ela me disse: “... De tia Zizi possuo apenas algumas fotos, uns recortes de jornais e um caderno de anotações. A senhora tem muito, respondi. Dona Mara me confiou a sua relíquia que ora, de público agradeço, com o coração nas mãos. No caderno não há matéria para um livro e poesias, mas há para um estudo profundo da vida e da obra da querida declamadora.
O caderno de Graziela: neste momento, empresto a minha voz à nossa homenageada para ela própria apresentar o seu caderno e através dele, revele-se aos presentes:
"Este é um caderno eclético, independente, sem preconceitos, onde registrei muito pensamento bonito, muita coisa útil.
O sonho passa de linha em linha, às vezes tropeça, vira a cara, outras mete o pé ou abraça, chora... Baila, baila que é bom bailador, que é lindo sonhar!
A Vida doe, mas que bom é viver! Como disse o Poeta: “doe mas é bom de fazer doer”... E sofre a dor... Pois sim!”
O caderno é eclético, logo, de tudo tem um pouco: História Geral, o Brasil, de Sergipe, em particular, Geografia, Filosofia, Diplomacia, Genealogia, poesias suas e de vários autores, curiosidades, um mundo de assuntos, os mais diversos. Ela copiava os textos, mas não parava na cópia; analisava-os, refletia sobre eles e emitia a sua opinião, às vezes em duas palavras que diziam tudo, como no texto de Antonil. “A época áurea dos mulatos no Brasil, no século XVIII”. Diz o autor que mulatos não podiam receber ordens sacras, daí o afã de terem um padre na família para limpar o sangue. E Graziella... “-Eta, cristianismo bonito!”
Graziella sentia acendrado amor ao Brasil, Sergipe e Capela, sua cidade natal e a sua família, especialmente sua irmã Noêmia. É o que se deduz do que escreveu sobre a morte dela em “Dolorosa Recordação” Embora distante da sua terra, em pensamento, revia a sua cidade, o seu povo. Em “Figuras da Capela do meu Tempo” ela faz um verdadeiro inventário de famílias capelenses. Começando com o senhor Cândido Menezes (do time Santa Cruz) que do primeiro consórcio teve Orlando e Odette. Casado em segundas núpcias com Donana do Porto dos Barcos teve duas filhas: Sinhá e Yayázinha, esta última casou com Nogueira”. E prosseguiu a lista...Dedicou uma página ao Senhor Garangau e seus filhos: Florival e Enéias. Cita vultos importantes da Capela como Juarez Leal, Ariosvaldo Barreto, Adroaldo Campos, Lenalda Campos e muitos outros.
Da História Universal copia textos sobre a Grécia e os filósofos. Na Idade Média, a Inquisição que combate ardorosamente. O Renascimento. A Queda da Bastilha. A Formação dos EUA e da Rússia. A Democracia Americana. O Marxsismo. As Duas Guerras Mundiais etc.
Na poesia decanta poetas sergipanos, brasileiros e internacionais. Dos nossos, cita Pires Wine, Hermes Fontes, Garcia Rosa, Santo Souza, João de Passos Cabral, José Maria Sampaio, Freire Ribeiro, Heitor Teles e Otaciano Matos. Entre os nacionais: Castro Alves, Santa Rita Durão, Minotti Del Picchia, Drumond de Andrade, Affonso Schimit, Bernardo Eli, Ada Negri, Murilo Araujo. Os internacionais: Joana Ibarburou, Hermann Losa (em alemão), Pedro Marici Casaldlya. Várias poesias em francês, sem identificação.
Graziella difundiu a poesia brasileira, defendendo o nacionalismo, causando admiração por onde andava. Intelectuais, homens e mulheres elogiaram a sua arte exclusiva, autodidata.Ela criou um estilo inconfundível.  
No dia 22 de outubro de 1968 Graziella apresentou um recital na Sociedade Sergipana de Cultura Artística de Sergipe- SCAS, num programa que incluiu poetas do quilate de Cleômenes Campos, Manuel Bandeira, Jorge Lima, Drumond de Andrade, Freire Ribeiro, Hilário Somegheti etc.
Declamou na Sociedade Sul Rio Grandense. Um recorte de jornal entre as páginas amarelas do caderno comentou o evento: “Da parte da declamação ocupou-se Graziella Cabral, a artista festejada em todo o País. Dela, se disse que já, que é a Cigarra Cabocla do Brasil.Conheceu o Rio Grande do Sul,o Uruguai,o Paraguai, a Argentina e colheu louros pelos primores de sua sensibilidade e  de sua graça. É moça e tem as vibrações da mulher que sente a vida! É ágil e bela. Foi a pincelada mais azul da noitada gaúcha. É cigarra, é cabocla e é bem brasileira”.
Em Caçapava, São Paulo, participou das comemorações do Centenário da Cidade, sendo destaque de jornais pelo seu espírito nacionalista e sua notável capacidade artística.
Graziella tinha plena consciência do seu talento, da sua beleza física e da sua natureza altaneira que não admitia imposições, como demonstra na poesia. “Símbolo”- “os grilhões com que a vida visa escravizar-me, eu os despedaço”!
Bela inteligente, culta, nacionalista, defensora dos direitos da mulher, do negro, do índio, amante da liberdade, era Graziella Cabral. Pelo seu reconhecido valor como interprete foi agraciada pela Assembléia Legislativa do então Estado da Guanabara, em sessão solene, às 20 horas, do dia 7 de novembro de 1973. O autor do Projeto, o deputado Wilmar Palles, e foi aprovado por unanimidade. Presentes os deputados, o coronel Francisco Cabral, membro do Estado Maior do Exército e sobrinho de Graziella. Representava o Estado de Sergipe, através da Secretaria da Cultura, a não menos valorosa mulher, a escritora e poeta Núbia Marques que fez a apologia da homenageada. Palavras de Núbia: “A Graziella é uma figura ímpar de mulher que se negou a ficar nas carteiras da burocracia, em trabalhos rotineiros e privou-se da vida em família para lançar-se ao mundo, nas telúricas andanças do espírito, fazendo da solidão o populoso mundo do verbo, sua inequívoca exatidão de beleza. A poesia nos lábios de Graziella é a presença dos bruxos e dos anjos, aconchegando a noite em ternos ninhos de amores, entre sortilégios e encantos”. Mais uma vez, empresto a minha voz a Graziella para que leia para o distinto auditório a sua fala, agradecendo o título recebido: “Preliminarmente devo prevenir que esta fala em linguagem correta não é lá muito legal... Digo fala, porque não vou fazer discurso. Outros já o fizeram com elegância e brilho, desde o nobre deputado Levy Neves, digníssimo Presidente desta Casa do Povo onde, há alguns meses atrás, atormentada, entrei com segurança e fé. O deputado Levy permita que lhe trace o perfil: é um político da velha guarda; inteligente, sagaz, atilado, envolvente, sutil, ele possui aquele espírito de coleguismo e aquele outro segredo de atrair que é privilégio de poucos; enfim, um bruxo encantador que de tal forma enredou o seu eleitorado carioca que este o mantém, para bem dizer, em caráter permanente. Mas não se pense que o fazem de olhos fechados. Esse tempo passou. Hoje, todo o mundo, os têm arregalados. Se votam nele, se o conservam em caráter exclusivo é que não foram esbulhados em sua confiança. Fenômeno igual se dá na sua Bahia com o eminente homem  público Dr. Orlando Spínola que não há quem o desbanque de sua cadeira parlamentar onde se assenta há vinte e cinco anos, várias vezes guindado à presidência da Assembléia Legislativa da velha terra das tradições. Ele gostaria de estar aqui hoje, mas tem tal pavor de avião que não conhece nem Brasília, no que sai prejudicado, pois todo político sente nostalgia do “cheirinho da Presidência da República”.
Caros ouvintes, eu ressaltei acima o espírito de coleguismo do deputado Levy Neves, mais uma vez provado na grandeza com que acolheu e prestigiou o pedido idealizado e feito pelo deputado Wilmar Pallis – homem de alta excelência moral, árvores de galharia farta, pendente de frutos saborosos colhidos por suas próprias mãos generosas para com elas adoçar o azedume dos que têm sede de justiça, os famintos de amor. E nessa empreitada humana e patriótica foi acolhido no seu gesto largo por vários dos seus melhores colegas, todos concordes em que me fosse dado o honroso título de “Cidadã Carioca”. Donde meu dever de citar-lhes os nomes para que fiquem gravado nos ouvidos dos presentes, afim de que façam deles o melhor uso, na melhor oportunidade. Foram os deputados: Jair Cortes Gama Lima, Nestor Nascimento, Silberto Sobrinho, Afonso Nunes, Ítalo Bueno, Mário Saladini, Riberto Gonçalves Lima, Lígia Lessa Bastos. Uma sonatina de Beetowen...
E o resultado é este: de repente guindada à altura tais! Na verdade, Senhor Presidente, é honraria que esmaga. Se eu fosse dada ao misticismo veria na concessão deste título, a cão daquela mãozinha oculta que maneja nossas vidas de tal forma sutil que nos permite a veleidade de supormos ser, nós mesmos, os artífices.
A aquisição deste título que na aparência é um fato repetitivo de generosidade dessa Casa, na verdade é diferente. Ele teria uma história a ser contada se o momento comportasse eu dizer como Betowen, o gênio de Bonn, quando certa vez sentindo sufocar-lhe o peito explodiu: “O que tenho no coração é preciso que saia”.
Senhoras e senhores, eis um pequeno retrato de Graziella Cabral, a mulher forte, romântica, inteligente que encantou o Brasil com a sua arte. A nossa Cigarra Cabocla encerrou o seu canto no dia 1 de agosto de 1987.
                                         *    TARDE DE POESIA   *                                                        

                         De e para GRAZIELLA CABRAL

Graziella
Maria Graziella Telles Cabral nasceu em Capela/Sergipe, em 19 de dezembro de 1897. De temperamento alegre, gostava de música e poesia. Personalidade forte, espírito crítico, estilo exótico e avançado para a época. Ela ficou conhecida além fronteiras como “A Cigarra Cabocla do Brasil”. Faleceu no Rio de Janeiro em 1987. Em Aracaju, no bairro Atalaia, há uma Praça que recebeu seu nome através da Lei 1151/85 de 04 de dezembro de 1985, mas grafada como Maria Graziela Teles Cabral.

 Dom Luciano Duarte
No dia 17 de dezembro de 2005, na sede do Instituto Dom Luciano Duarte, Rua Vereador João Calazans, 53, Bairro 13 de julho - foi realizada uma Tarde de Poesia dedicada à Graziella Cabral. Trata-se de uma mulher extraordinária, que soube abrir caminhos que hoje entendemos alvissareiros. Tinha suas idéias concebidas na igualdade do ser humano quando da sua essência, como filhos de Deus. Gostava da alegria e de conhecer o mundo. Foi combatida, incompreendida, invejada, mas também muito querida pelos que não a viam com discriminação. Assim é a vida para as grandes personalidades e certamente ela foi uma personalidade marcante.
Carmen Duarte e Anamaria
A Tarde de Poesia foi fruto da parceria da Academia Literária de Vida e do Instituto Dom Luciano Duarte. A Academia organizou uma exposição sobre Graziella, com fotos em várias fases de sua vida, um caderno com poesias dela e de outros autores, das quais ela fazia anotações e críticas no rodapé. O caderno foi cedido para os trabalhos por Maria Noemi de Andrade Gomes, sobrinha de Graziella. A anfitriã Carmen Duarte preparou com muito requinte o local que recebeu seleta platéia formada pelos parentes, amigos e admiradores da Cigarra Cabocla. Para encerrar foi oferecido um coquetel.
                                       
Palavras de Carmem Duarte, Presidente do Instituto Dom Luciano Duarte:
“Meus amigos,
Com satisfação, o Instituto Dom Luciano Duarte acolhe nesse recinto, os membros da Academia Literária de Vida, presidida pela acadêmica Maria Lígia Madureira Pina, e os amigos deste Instituto, para juntos realizarmos uma tarde de poesia, homenageando a declamadora e poetisa Graziella Cabral.
Ouviremos textos sobre Graziella e poemas e sonetos da homenageada e para ela.
Pela Academia Literária de Vida, além de sua Presidente, Maria Lígia, teremos Josefina Braz, Angela Margarida Araujo Torres, Shirley Rocha, Yvone Mendonça de Souza e Cléa Brandão.
Pelo Instituto Dom Luciano Duarte: Anamaria Bueno, Petrônio Gomes, Ilma Fontes, Ieda Vilela, João Costa, Amaral Cavalcante e Leonardo Alencar.
A Academia Literária de Vida nos traz ainda, a pianista Maria Olivia que completará o encanto desta tarde, bem como esta bela exposição de fotos da homenageada.
Como é tempo de Natal, o Instituto Dom Luciano preparou na sua primeira sala, uma exposição de presépios, tendo como carro-chefe o Presépio de Roca, idealizado e confeccionado pela nossa colaboradora Ana Medina; as demais peças pertencem à nossa família. Esta exposição foi preparada com o gosto e o carinho de Ana Medina e de Otávio Luiz, também nosso colaborador. Os amigos estão convidados a visitá-la ao final de nossa apresentação".
Maria Noemi e Maria Lígia
João Costa e Maria Lígia
Shirley e Estácio Guimarães
Programação: Quem foi Zizi, por Petrônio Gomes; Símbolo (de Graziella) por Ilma Fontes; Inútil (Graziella) por Ieda Vilela; Coisas de Zizi (textos de Graziella) por Josefina Braz e Adelci Figueiredo Santos; Oferenda (Graziella) por Ângela Margarida Torres de Araujo; Nós Cinco (Graziella) por Shirley Maria Santana Rocha Filha; Graziella (Passos Cabral) por João Costa; Soneto(Passos Cabral) por João Costa; Foi Graziella ( Passos Cabral) por João Costa; A Cigarra (de Simphorosa Terry de Oliveira) por Yvone Mendonça de Souza; Personalíssima (J. Pessoa C. de Albuquerque) por Amaral Cavalcanti; Patativa do Norte (Hugo Din) por Leonardo Alencar. Todo recital foi intercalado por músicas sob o comando da grande pianista Maria Olívia, comapresentação conduzida por Shirley Maria S. Rocha Filha.

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