Este mês nossa Reunião Ordinária, de n. 245, aconteceu na casa nobre da literatura sergipana, a Academia Sergipana de Letras, situada na rua Pacatuba 288, centro da cidade. A anfitriã do mês, Dra. Jane Nascimento trouxe como convidado especial, o senhor Ézio Cristian Déda de Araújo, arquiteto, professor universitário e membro da Academia Sergipana de Letras para uma palestra com o tema: A importância do Instituto Banese e o Museu Sergipano para o desenvolvimento cultural de Sergipe
A plateia do seleto grupo, além das acadêmicas, mostrou o
prestigio do convidado e enriqueceu a tarde. Após umas breves palavras de
apresentação da Dra. Jane sobre a presidente da Academia Shirley Rocha, e a
presença do convidado ilustre, a presidente falou inicialmente, para aqueles
ali presentes que não conheciam a Academia; explicando sobre a fundação da Academia
há 31 anos, pela professora e escritora, membro da Academia Sergipana de
Letras, cadeira n. 27, Maria Lígia Madureira Pina, já falecida, e a dedicação
do grupo em manter seu ideal. Citou parte do que já foi feito nesse período,
através de eventos, publicações de livros, revistas e o blog. E o termo usado
anfitriã, ou seja, a responsável do mês a cada reunião. Este mês coube a Dra.
Jane que ocupa a cadeira n. 01 – antes ocupada pela fundadora Maria Lígia.
Palestra
Dra. Jane Nascimento leu apenas tópicos mais importantes e atuais, do currículo do palestrante visto a riqueza e extensão, para não tomar muito do tempo da palestra. Esclareceu quem quiser saber mais está no blog da Academia e na internet em geral.
De forma objetiva, Ézio Cristian falou como iniciou seus estudos após a saída de Simão Dias, sua cidade natal, aos 15 anos. Tentou fazer o curso de Direito, mas viu que não daria certo, sua escolha era na verdade a Arquitetura. A chegada na universidade como professor de arquitetura e saída para assumir o projeto do Instituto Banese em 2009. Daí em diante, empenhou-se no Museu Sergipano. Lembrou as palavras de governador Marcelo Déda, dizendo a ele: ... “quero que seja um museu que fale sobre o orgulho sergipano, da gente simples, uma abordagem popular”. Apresentou como funciona a página do Museu Virtual, o calendário cultural, com exposições, as comemorações com apresentação de artistas, sempre incluindo os artistas da terra. E do sucesso de visualizações na época da pandemia.
Muito interessante
foi a ideia do Monumento à Maria Feliciana - já que se tratava de uma pessoa que
tinha seu nome na cabeça do povo - ao invés de prédio do Banese era mais conhecido como
Maria Feliciana. O monumento, (uma escultura enorme) foi criado e colocado na frente do Museu. Ézio
falou da alegria dela durante a inauguração. Exibiu o filme feito para apresentar
ao público e divulgado pela televisão e dos cuidados que Feliciana pedia - "e a chuva não prejudica? e para ninguém roubar a "boneca""- como ela chamou sua escultura.
Não ficou por aí, veio o Projeto Orquestra Jovem de Sergipe, (26 de março de 2014), completando 10 anos. Abrangendo mais de 260 crianças/
adolescentes dos bairros Santa Maria e 17 de março.
Quatro anos depois, foi inaugurado em 17 de março de 2018 o Largo da Gente Sergipana, que durou seis anos para ficar pronto. Também outra solicitação de Marcelo Déda, que não chegou a ver pronto, pois faleceu antes, mas o governador que assumiu, tocou a obra e inaugurou. Como o arquiteto responsável pela obra, Ézio teve a parceria do escultor e artista plástico Tatti Moreno e Félix Sampaio, também artista plástico responsáveis pelas peças folclóricas montadas em aço e cimento. A escolha das figuras a serem confeccionadas ficou com a professora Aglaé Fontes. O local é muito visitado, principalmente por turista e tornou-se importante entre outros para a divulgação da cidade.
Também falou do Monumento a Marcelo Déda na Sementeira,
uma escultura o representa sentado num banco, exatamente sob a sombra do pé de
pau brasil que ele havia plantada durante uma cerimônia. E suas cinzas foram colocadas numa caixa e enterrada no fundo do lago.
Em 28 de dezembro de 2022 foi inaugurado o Centro de
Memória Digital de Simão Dias profª Enedina Chagas, alojado em uma
edificação secular que já foi uma farmácia e salvo de uma demolição pela ideia
do museu.
Tudo isso foi
exibido através de projetor e com a observação que a realização veio através
de investimentos do Governo do Estado de Sergipe e o Grupo Banese.
Mas, segundo o arquiteto, instigado por
perguntas da plateia, vem mais coisas boas por ai, resta a gente suplantar as
dificuldades e rasteiras que acontecem. Mas assim mesmo, há 15 projetos na mesa
do governo estadual e já aprovados por instituições financeiras. São voltados
para o interior – Gararu, Pacatuba, Boquim...
Após ele concluir, várias
perguntas foram feitas, e ele as respondeu a contento de todos. Elogios não faltaram e Sandra Natividade,
nossa confreira, disse: “Ilustre palestrante arq. Ézio Déda, não farei qualquer
pergunta, porque você é um excelente facilitador, entende sua plateia e fala
com maestria, tem postura e alta competência no assunto. É profundo conhecedor
da arquitetura, portanto, cultura, arte desenvolvimento do turismo, no jargão
popular "é sua praia". Parabéns Ézio, que os poderes e os líderes
deste Estado saibam valorizar sem perder um item sequer do seu denodado e
devotado trabalho e amor por Sergipe. Por sua notabilidade nos outros Estados e
no exterior, peço a Deus que o deixe conosco, assim, Aracaju e seu Estado,
serão amplamente conhecidos, pois estarão inseridos nos marcantes e atrativos
roteiros deste imenso país”.
Jane Nascimento expressou seu contentamento ao palestrante
dizendo que “... esta é uma tarde memorável! Resta dizer que a contribuição
dessas Instituições é de suma importância e foi comprovada através da
enriquecedora exposição e demonstração dos slides projetados, e as afirmações
de pessoas que estão inseridas no contexto”.
A presidente da Academia, Shirley Rocha, agradeceu a Jane Nascimento pela feliz ideia
da vinda do palestrante e parabenizou Ézio pela brilhante palestra, concluindo
dizendo que ele é um construtor de ideias, um gestor/ executor e acima de tudo
um diplomata, pois só assim ele conseguiu não só colocar na prancheta suas ideias,
como cortar os caminhos e os obstáculos para chegar ao que se propôs.
Agradecemos ao Dr. Anderson por ceder o belo espaço do
auditório recém inaugurado, da Academia Sergipana de Letras, além de sua
presença e de sua esposa, nesta tarde tão fidalga.
E assim terminou nossa reunião.
Com alegria resta dizer: - Nada mais em pauta, eu Shirley
Rocha agradeço a presença de todos, e declaro encerrada a sessão.
Aracaju, 27 de março de 2024.
P.S Agradeço as fotógrafas Sandra Natividade, Eunice Guimarães e Shirley Reis pela cobertura do evento.
Shirley Reis, Inácia Dória, Sandra Natividade, Cléa Brandão, Shirley Rocha e Eunice Guimarães |