Oh! Minha querida amiga
que em meu coração abriga
lembranças tão comoventes.
A partida repentina
deixa a gente nordestina
entre espantos renitentes!
Tanta inteligência, tanta,
no emblema que se levanta
e marca o belo caminho.
Pesquisadora incansável
cuja perda, lamentável,
seguiu ventos do moinho...
pois um vendaval levou
e no universo plantou
a vida em forma de estrela
com brilho fenomenal
beleza, assim, colossal
e não pudemos retê-la...
Premiações valiosas
para as messes talentosas,
colhidas por decisão
devida ao merecimento
de Lígia, a cada momento
de total dedicação.
Dizer adeus é tão triste
e em mim é dor que persiste
na saudade permanente.
Na amizade verdadeira
ela se torna hospedeira
de um coração consciente
que descerra na lembrança
inigualável pujança
na cultura sergipana.
E eu, amiga do Amazonas,
deixo que venha às tonas
o sentimento que emana
das emoções altaneiras,
de elegias brasileiras
que presto a quem tem valor!
Sergipe perde uma filha
e eu perco o rumo da trilha
no poema em seu louvor!
As trovas de Lígia Pina
têm um quê que nos fascina
na antologia da ANT.
E nas mãos dos trovadores,
entre coroas de flores,
a nostalgia se vê...
É assim que encerro a homenagem...
que faça boa viagem
para as terras do Senhor!
Seja feliz na outra vida,
feliz na santa guarida
da plenitude no amor...
Com imensa tristeza,
Rosa Lia Dinelli
Rosa Lia é natural da cidade
de Maués, Amazonas. Reside em Recife, capital de Pernambuco. Dedica-se à literatura.
Escreve prosa e versos. É presidente da Associação Nordestina de Trovadores-
ANT, e membro da Academia de Letras e Artes do Nordeste Brasileiro; da Sociedade
dos Poetas Vivos de Olinda e da Academia de Artes, Letras e Ciências de Olinda.