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segunda-feira, 30 de maio de 2016

A CULPA É DAS ESTRELAS


Autor: John Green
Publicado em 2012 - nos Estados Unidos
Original: THE FAULT IN OUR STARS
TRADUÇÃO: RENATA PETTENGILL

Personagens :
Hazel Grace Lancaster- Hazel
Augustus Waters - Gus
Peter Van Houten – autor fictício de Uma Aflição Imperial

São 286 páginas. Ficção. O autor percorre os caminhos da vida, as nossas pegadas aqui na terra. Nosso sofrimento com coisas que não podemos interferir, que nos afligem e coisas que desfrutamos independente de nossa vontade.
A história envolve a garota Hazel, diagnosticada com câncer aos 13 anos que chega aos dezesseis, ainda desenganada de cura, e encontra Gus também doente de câncer, mais considerado estacionado, quando freqüentava um grupo de apoio, por insistência de sua mãe. Eles se conhecem e Hazel no início desdenha o Gus, mas o amor floresce, e eles se apaixonam. Gus procura sempre alegrar a vida de Hazel, que é uma crítica feroz da doença e não suporta qualquer ajuda,  tipo “papos mentirosos” assim ela define. Mas o carinho entre eles, certamente cativa os leitores. São caminhos do primeiro amor, de sonhos previstos a um fim próximo.
Marcou-me a situação dos doentes: não adianta a gente dizer, tudo bem... Sabe-se que não está, se a expectativa é nula, a esperança é descabida. Esperar pela morte deve ser a maior das torturas, independente de quanto se mostre isso, se na revolta, na submissão “não tem jeito” ou na entrega pacífica.
Já lemos e assistimos filmes que abordavam esses temas. Quem assistiu “Doce Novembro” e “Um amor para recordar”? Mas este tem a surpresa – quem parecia que iria sobreviver é o que morre.
O livro é mais que uma história, nos traz uma lição para a vida, através do encontro com a morte. Quem fica, só retarda a ida, mas logo, sabe, será a sua vez. Com doença ou de outra forma qualquer. Só o que podemos fazer de bom é ser um pouco como Hazel, pé no chão (mas sofrendo), ou como Gus que tenta sempre enganar a morte. E enquanto ela não chega, vai oferecendo aos outros bons momentos, com alegria, vai promovendo o bem... Assim, e por isso, será sempre lembrado. Era só isso o que Gus mais queria: não ser esquecido:  “... mas sempre imaginei que meu obituário sairia impresso em todos os jornais, que eu teria uma história digna de ser contada. Sempre suspeitei secretamente que eu fosse especial.” Ele até que conseguiu, não foi? A história é triste e alegre ao mesmo tempo, traz emoção e nos leva a pensar que romance ainda existe e que o amor é eterno... 

Conclusão:

- O autor diz que inventou a história, então por que não deu um desfecho mais confortante aos milhares de leitores?  São 25 capítulos e... 288 páginas.

 “Meu livro favorito era, de longe, Uma Aflição Imperial, mas eu não gostava de falar dele. Às vezes, um livro enche você de um estranho fervor religioso,”... Hazel queria o final da história desse livro, que eu chamo “alimentação de vida”, pois enquanto pensava e queria resolver o questionamento sobre a Ana, personagem do livro, ela esquecia seu problema. Tinha um Desejo, vivia a planejar, traçar metas, estratégias, esperar o dia seguinte. Desejou de todas as formas. Pesquisou, sonhou, viajou, chorou e teve momentos de muita raiva. Conseguiu realizar o desejo com a ajuda de Gus: viajar para conhecer o autor do livro, tinha ânsia de saber a conclusão da história. Aquele final ela não aceitava!

Eu digo ao senhor John Green:

Também tenho meu questionamento, sim senhor: Não tenho como obter um Desejo. Não posso ir a Indianápolis pegar uma resposta. Mas você John tem a obrigação de dar o final da história, ou vai cometer o mesmo pecado que o Peter Van Houten?  Não aceitamos esse final, que...
Convoco os leitores: Vamos fazer o mesmo que Hazel, solicitando uma definição do senhor John Green. Enviem mensagem no twitter @realjohngreen
- Hazel fica viva e a história acabou, é isso? Qual o final da história? A Ana teria um final - a Hazel também merece um. Nada de um remédio milagroso? Uma reviravolta na doença? E um novo amor para ela continuar acreditando no impossível?
- “Cruel!” diria Hazel.
 Eu também.

Shirley M. S. Rocha

Junho 2014.