Maria Lígia M. Pina (30.09.1925-14.08.2014) |
De Cybele Ramalho
O tempo passou depressa pela vossa porta
e vos aportou no nosso porto.
Estávamos de partida...
Destino desconhecido, misterioso.
Nosso barco
carregado de ilusões e sonhos,
surpreende-se com a vossa presença,
sem sinal de chegada
vossa presença silenciosa e doce,
vosso espírito tranqüilo,
diverge-se totalmente
com tudo aquilo que explodimos
e exploramos dia a dia.
Mas vós continuáveis, ali, do nosso lado.
e pelos caminhos do passado
nos mostrastes simplesmente, a vida...
sua história
seu começo
seu erro
seu fim
sua mensagem,
tudo num místico de luta, compreensão
e vitória.
Entusiasmados pela vossa sabedoria
detinha-nos calados alguns minutos,
presos às asas ociosas da curiosidade
para que logo voltássemos
à inquietude.
Como tudo aquilo era insensato!
Mas vós continuáveis, ali, do nosso lado.
Nosso barco ia e vinha
feliz ou descontente,
aprendendo pouco a pouco
a história de outros barcos
já idos e vividos.
Mas ainda havia um BARCO
que ia de encontro ao nosso
todos os dias em que sentávamos para ouvi-lo
vigoroso e firme.
E seu grandioso porte de compreensão
paciente
guiava-nos pouco a pouco a um porto seguro.
Mas a juventude às vezes é cega
e não se abre aos limites da doação,
até as portas do Reconhecimento...
Agora, porém
unímo-nos numa pequena frota
para louvar o nosso GRANDE BARCO GUIA.
E hoje ele faz anos
mais um
para que possamos ainda mais
compreender o seu valor.
Pois é...
o tempo passou depressa pela vossa porta....
E graças a DEUS
vos aportou no nosso porto.
___________________
Cybele Ramalho, aluna do Colégio de Aplicação/UFS, 30 de setembro (?) – poesia dedicada à professora Maria Lígia Madureira Pina e lida em sala de aula.