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quarta-feira, 12 de abril de 2017

Tragédia Bimilenar

Maria Lígia Madureira Pina

Céu plúmbeo.
nimbos que se liquefazem,
ao impacto
de frias camadas de ar
E as gotas caem, copiosas
como o pranto
da Virgem Dolorosa,
ao filho, ensanguentado, encontrar.
Céu plúmbeo.
Cai a chuva,
em lágrimas cristalinas,
chorando
o Drama da Humanidade
O Cristo, pálido, desfigurado,
pendeu  cabeça dolorosamente
e soltando um forte brado
Sua Alma entregou
ao Onipotente.
As trevas caíram,
de repente
protestanto
contra o crime mais cruel
da insana humanidade
E muitos homens 
curvaram as fontes
reconhecendo
do Cristo a Divindade
E no Areópago de Atenas,
exclama um filósofo,
profundo conhecedor da Natureza
- Ou o Universo volta aos Caos,
Ou padece o Autor da Natureza.

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Nota/Reeditamos:Retificamos o título da poesia, que originalmente em seu caderno, manuscrito, era Revivendo a Paixão do Senhor, mas foi publicado no livro Flagrando a Vida, como Tragédia Bimilenar.