De: Sandra Natividade*
Saudosismo
não é defeito ou desvirtude, mas forma de gratidão por alguém que no passado
marcou indelevelmente um período, a educadora Maria Lígia Madureira Pina o fez
enquanto ocupou espaço entre nós, não foi insubstituível, mas deixou lacuna de
considerável extensão. Observo o trajeto percorrido por Lígia como verdadeiro
sacerdócio, estendo um pouco o texto definindo-a no desempenho de suas funções
como educadora com visão de águia e tudo estaria resumido assim, era
perspicaz,viveu para ensinar sem reserva. Mestra dedicada serviu a educação
sergipana com denodo demonstrando compromisso com a missão. Amava o que fazia e
aos que carinhosamente a cercavam. Difícil aproximar-se de Lígia e não receber
um sorriso acolhedor. Olhava seu próximo com inexplicável ternura. O corpo tão
franzino aparentemente diminuto parecia aos observadores, que se o vento
soprasse um pouco mais forte poderia levá-la, contudo, os passos pequenos,
porém certeiros, sabia muito bem aonde queria chegar.
Professora
Maria Lígia Madureira Pina, natural de Aracaju, filha de Afonso Pinna e
Alexandrina Madureira Pinna licenciou-se em História e Geografia pela então
Faculdade Católica de Filosofia de Sergipe. O magistério impulsionou sua vida
todo o tempo, tornou-se para a plêiade de admiradores que conquistou uma referência,
semeou a boa semente da virtude ensinando para a vida. Não se ateve as
substanciosas matérias que se especializou História e Geografia, não ficou na
letra fria, mas disponibilizou conteúdos programáticos abrangentes, indo além,
bem além, razão que a fez diferente, popular, popularíssima, os discentes
conversavam com a mestra que se tornou amiga fraterna sem qualquer distância;
quantos executivos, políticos, profissionais de diversas categorias a
cumprimentavam apresentando-se como seus ex-alunos nas instituições de ensino
onde lecionou, a exemplo: Colégio Atheneu Sergipense, Colégio de Aplicação da
UFS, Instituto de Educação Rui Barbosa, Colégio Nossa Senhora de Lourdes entre
outros. Era distinção também entre gente simples do povo, dizendo ter sido ela
sua professora ou de filhos e parentes, fato que lhe enchia a
alma, diríamos atualmente que os alunos a empoderavam, então, aparecia sorriso
largo no rosto angelical expressando gratidão e certeza do dever cumprido na
arte de bem ensinar. Ligia era inconformada com a mesmice, queria sempre ter
novidade conhecimento de causa para ser agente multiplicador, isso a boa mestra
fez durante sua caminhada profissional e no trato com os amigos.
Nesse
labutar profissional cruzou mares indo especializar-se fora do país, a exemplo
de sua participação no Seminário de Sistemas Educacionais de Israel, do
Colóquio de Educação Comparada Brasil-Israel este último realizado na cidade do
Rio de Janeiro ambos em 1989; Cursos nas áreas de História, Literatura e Dicção
faziam parte do extenso currículo, assim também foram as homenagens que lhe
prestaram: Sindicato dos Professores da Rede Particular de Ensino do Estado de
Sergipe – O Educador do Ano, Secretaria de Educação do Estado – Serviços
Prestados à Educação e ao Civismo, Interact Rotary Clube – Medalha do Mérito
Cultural à Mulher Sergipana, antiga Associação dos Professores de Sergipe –
Diploma de Honra ao Mérito, Colégio de Aplicação/UFS – por Serviços Prestados,
Colégio Tiradentes – Professor Fundador, essas acrescidas por distinções do
Museu de Arte e História Rosa Faria e do Programa TV Memória da TV
Aperipê.
em todas e em cada
uma das acadêmicas que canalizam para Lígia Pina, a fundadora, in memoriam, reconhecida pelas inúmeras
Academias de Letras deste Estado como patrona em suas cadeiras. Os méritos da
catedrática causam reconhecimento público notório e a instituição criada com
seu tempo de qualidade a ALV, agradece com honra esse reconhecimento.