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domingo, 3 de maio de 2020

MULHER SERGIPANA NA LITERATURA 4: YVONE MENDONÇA DE SOUSA




*Sandra Natividade

Denomino Geração de Ouro aquela das catedráticas que perlustram o cenário sergipano na área da educação de qualidade, entre essas sublimo o brilho garboso e inconfundível da profissional Yvone Mendonça de Sousa, educadora e escritora, destaque na galeria dos docentes da língua pátria, literatura e também a românica língua francesa. Honroso é para todo aluno ter bebido da água dessa fonte inesgotável que transcende conteúdos programáticos, impossível faltar aula de Yvone, bem comparando suas aulas valiam um troféu pelo conteúdo transmitido.
A moça elegante e de bem com a vida, filha de Pedro Neves Souza e Maria Rosa Mendonça Souza nasceu na cidade de Aracaju/SE em 30 de janeiro de 1939, aqui estudou, trabalhou, mas cidadã do mundo pela quantidade de países que conhece. Professora por vocação e formação começou a ensinar cedo, fato que justifica o extenso currículo.
A trajetória da exímia catedrática iniciou, assim, os genitores tiveram sete filhos todos venceram pela determinação aos estudos. Yvone menina de infância comum, alfabetizada aos sete anos pela professora Adelaide, daí os pais matricularam-na no Grupo Escolar José Augusto Ferraz, a base primeira ocorreu no proletário Bairro Industrial onde residia. A menina predestinada não parava de estudar fez o primário na Escola de Aplicação Padre Gaspar Loureço, essa vinculada à Escola Normal. Prosseguiu sua saga educacional o antigo ginasial concluiu na Escola Normal. Transferida para a maior e melhor escola das normalistas sergipanas prestou exame de admissão na Escola Normal à época localizada na Praça Olímpio Campos, imóvel onde atualmente funciona o Centro de Turismo e Comercialização Artesanal de Aracaju, lastro à época do curso pedagógico em Sergipe, o resultado do exame foi anunciado e Yvone, aprovada com louvor, da experiência e convivência com professores renomados naquela escola surgiu a vocação para o magistério. Tinha como meta profissionalizar-se, então se matriculou no Colégio Estadual de Sergipe atual Colégio Atheneu Sergipense tendendo aprofundar-se com maior esmero, pois entendia ser o curso cientifico caminho para quem quer preparar-se visando o curso superior.
A agora moça, abnegada, não perdia tempo e acompanhava a atuação da Arcádia Literária Clodomir Silva do Colégio Estadual, participando com frequência de Seminários, Cursos, Simpósios e Palestras. Preparada pelos anos de estudos ininterruptos ingressou na Faculdade Católica de Filosofia – Fafi, no curso de Letras Neolatinas. Para alcançar seus claríssimos objetivos, Yvone necessitou trabalhar, pois a vida profissional parecia ser longa, portanto iria precisar de esteio; então passou a conciliar estudo e trabalho, sempre dinâmica, preferiu ingressar no que denominamos segundo setor, terminologia sociológica que designa empresas que geram lucro, também conhecido como setor produtivo, destarte ingressou no Banco da Lavoura laborando com afinco por dois anos ganhando com essa incursão mais conhecimento na área de comércio e serviços.
Sua entrada no magistério aconteceu antes do término da graduação foi convidada e aceitou, agora trabalharia na área de atuação de sua real vocação, inicialmente nos Colégios Jackson de Figueiredo e Tobias Barreto, colégios de alta conceituação na educação sergipana. As expressões de excelente professora percorriam Aracaju. Dona de oratória irretocável Yvone conquistava o cenário educacional de sua cidade. Naquele colégio primeiro, Jackson de Figueiredo, a boa mestra não se limitando a cátedra, participava de movimentos culturais promovidos pela direção do modelar estabelecimento: dirigiu o Grêmio Estudantil, participou ativamente do Interact Clube e, orientou as publicações do jornal Correio Colegial. Ensinou no Jackson por vinte anos, saindo dali quando o estabelecimento foi vendido ao Governo do Estado de Sergipe.
A docência é seu estigma ensinando Português, Literatura ou Francês, desenvolveu seu mister profissional em diversas instituições de ensino: Colégio Estadual Atheneu Sergipense, Instituto de Educação Rui Barbosa, Colégio Arquidiocesano Sagrado Coração de Jesus, Colégio Pio Décimo, Colégio de Aplicação da Universidade Federal de Sergipe, Colégio Nossa Senhora de Lourdes e Colégio Patrocínio de São José. É professora concursada do Magistério público estadual de Sergipe. Sempre foi relutante aos convites para direção de estabelecimentos, por entender que seu campo de atuação era em todo o tempo a sala de aula, mas por força das circunstâncias, quando estava na vice-direção e com a remoção da professora Marlene Rosa Montalvão para a direção do Colégio Atheneu Sergipense, foi designada diretora do Instituto de Educação Rui Barbosa, os méritos foram reconhecidos, os designíos de Deus a fez diretora de onde havia estudado e, recebido d’Ele mesmo a vocação.
“Yvone Mendonça de Sousa é uma das maiores culturas do Estado de Sergipe, intelectual talentosa, enfim, educadora de incontáveis méritos”.
Maria Hermínia Caldas
Professora

A talentosa intelectual sergipana participou como membro da Associação Sergipana de Cultura – ASC; Jovreu – Jovens Reunidos; teve participação destacada na formação de duas entidades sindicais: Sindicato dos Trabalhadores da Educação do Estado de Sergipe – Síntese e Sindicato dos Professores da Rede Particular de Ensino de Sergipe neste eleita presidente, vice-presidente e secretária geral; Associação dos Professores Licenciados do Brasil – APLB/SE; membro fundador da Associação dos Profissionais do Magistério de Sergipe – APMESE; Conselho Estadual de Educação– CEE por quase duas décadas chegando a exercer os cargos de presidente e vice-presidente; membro atuante da Academia Literária de Vida – ALV instituição literária e cultural feminina que reúne nomes reconhecidos no cenário cultural sergipano. Foi o Conselho de Educação que outorgou à professora Yvone a maior honraria por ele concedida, ou seja, Diploma de Honra ao Mérito Educacional.

“... é a primeira vez que uma mulher recebe esta honraria. Damos à professora Yvone a chancela de Musa da Educação Sergipana. Uma figura que há anos se dedica ao campo educacional, extremamente compromissada, responsável, e que tem uma amorosidade única na trajetória que construiu, passando pela docência, pela educação e também pela militância sindical.”
Luana Silva Boamorte de Matos
Presidente do Conselho Estadual de Educação

Aposentada após trinta anos de dedicação ao magistério estadual e a iniciativa privada, anos que lhe fazem olhar o trajeto percorrido transmitindo conhecimentos linguísticos ao alunado, ajudando-o a profissionalizar-se; ganhou à catedrática conhecendo novas e duradouras amizades nesse laborioso percurso. Mas ainda não parou, começou a lecionar em duas instituições de ensino superior - Universidade Tiradentes e Faculdade Pio Décimo - ministrando Língua e Literatura Brasileira, concedendo a educação sergipana mais dezoito anos de seus saberes, portanto caminhou a mestra por quarenta e oito anos na senda de transmitir conhecimentos às gerações. Sempre gostou de estar antenada atualizando seu vasto conhecimento, viajar é um de seus hobbies preferidos excursionando ou especializando-se, conheceu muitos países: Europa, África, Israel, América do Sul e da América Central. Produziu e publicou boa literatura: Louvando a Vida, O Neologismo na Linguagem Jornalística, Trajetória de Uma Vida, Sindicato dos Professores e Perfil dos Presidentes; Reminiscências e outros escritos e Momentos - uma ponte entre o passado e o presente. Professora Yvone Mendonça, solteira, sem filhos, feliz, estudiosa, criativa e sensível continua escrevendo produtiva história que abençoa a educação e a cultura sergipana.


*Sandra Natividade
Jornalista, Membro da Academia Literária de Vida- ALV - Cadeira º 12 e
 da Academia de Letras de Aracaju- ALA- Cadeira nº 19.