Jacintho de Figueiredo
Como está tudo diferente
Daquele tempo que não volta mais!
Tudo mudou... Até a alma da gente!
O casario, o calçamento, o cais.
Outrora, o rio vinha docemente
Beijar a areia... E hoje, não vem mais;
Hoje ele encontra pedras, tão somente,
As pedras que se alinham pelo cais.
Tudo mudou! – Somente a natureza
Conserva o mesmo céu azul turquesa,
O mesmo rio, o coqueiral virente.
Ruas de areia, adeus! Já não consigo
Atravessá-las, hoje sem perigo,
Como fazia distraidamente...