De João Barcelos |
O Circo
Ailezz*
Não lembro o
ano que entrei em um circo de ilusões.
Só no picadeiro da minha vida, fazendo malabarismo com palhaçadas farsantes, me
equilibrando emocionalmente em corda bamba.
Hoje, peço
licença para apresentar, no meu palco de vida, o que sinto, abrindo o meu
coração para os que estão me ouvindo.
Das vezes
que bato palmas para alegrar corações. Das horas de choros silenciosos,
motivados por desencontros da vida, que poderiam ser evitados, se pesássemos o
limite de cada um, atidos por não conseguirem deixar as suas inocências ficarem
adultas.
Nos meus
devaneios, gostaria que a vida fosse um eterno circo de ilusões: luzes na
penumbra, o pano do palco se abrindo, uma voz pedindo para esquecer nossas verdades,
para entrarmos num mundo mágico, mostrando um cenário com estrelas brilhantes e
palhaçadas de um final feliz, como os contos de fadas.
Mas, como imitamos os circos de panos rasgados e famintos das necessárias emendas para nossos espíritos, devemos continuar no picadeiro das nossas vidas, dando graças por achar graça de todas as graças sem graça que nos chegam.
Aju, março/23.
Ailezz - Zélia da Silva Rocha - escritora, poeta, artística plástica, contadora de estórias, Membro da Academia Literária de Vida, fundadora da Cadeira n. 16/Patrona Graziella Cabral. Também é membro da Academia Literocultural de Sergipe e Academia Municipalista de Sergipe.
Foto: pintura de João Barcelos: “O meu objetivo como artista é, além de constante aprimoramento da técnica, buscar uma pintura com harmonia de cores, que você, diante dela, sinta um agradável misto de bem estar e tranquilidade.”