21.11.23 - reuniao mensal - mês de novemro |
Nossa última reunião do ano realizada na terça-feira passada, teve como anfitriã a confreira Ailezz Silva. Abrimos, solicitando uma oração pelos entes queridos que faleceram recentemente: Jorge, o filho de Ailezz, Paulinho, irmão da confreira Yvone Mendonça de Sousa e Maria Hermínia nossa confreira e uma das fundadoras da Academia Literária de Vida. A acadêmica Jane do Nascimento orou pedindo a Deus por suas almas e conforto aos familiares e amigos.
Após
discutidos os assuntos em pauta e tudo esclarecido, Ailezz leu de sua autoria a
poesia - Querendo tudo. Izabel Melo cantou - Serenata do Adeus a pedido de Ailezz revelando assim seu dom, além dos
fados. Ilda Costa leu de sua autoria a poesia, Confissão, numa demonstração do seu estilo peculiar, o que proporciona sempre
muito risos, mas ao bom entendedor, ela presta uma homenagem principalmente a amiga Ailezz.
E Eunice Guimarães declamou de sua autoria - O acordar da cidade, e outra poesia dedicada ao netinho, recém nascido Bento - Bem maior. Izabel Melo leu de sua autoria a crônica Uma cerca, que na verdade é um jardim. Jane Nascimento descreveu o perfil, de cada uma ali presente, baseado nas suas observações, o que foi muito interessante e divertido. Ao final da reunião foram servidos os salgadinhos e docinhos oferecidos pela anfitriã, que além disso presenteou uma rosa e um mimo numa caixinha bem ornada! Foi uma tarde prazerosa, de alegria. Lá se vão 31 anos e logo, no próximo mês completaremos 32 anos. Foi um pulo... OBRIGADA MEU DEUS!
Shirley Rocha
Ailezz Silva |
Querendo tudo
Como falar de uma mulher!
que abre a sua janela
e com humildade
passar por ela, calada
querendo tudo...
Olha o mundo
de forma diferente
Caminha na tranquilidade
cheia de confiança
para não tropeçar
na triste realidade
E num sentimento seu
procura olhos amigos
pedindo compreensão
Gente! Sinto-me gente
Mergulho em pensamentos
decentes e indecentes...
Lavando tristezas
Uma mulher como essa
se um dia mergulhar no escuro
escancara a sua janela da alma
e voa alada.
Ailezz
Ilda Costa |
CONFISSÃO
São assim os dedos dela...
mais ágeis que os meus.
de repente saem os verso colorindo a folha
a folha branca do caderno...
Daí partem...
partem para o pincel
e derramam a tinta e dão vida,
vida ao quadro.
Eu vivo admirando os dedos, essas mãos...
Essa mente privilegiada por Deus
Sabias que meus dedos têm inveja,
de sua linda mão, mente e coração?
Te admiro muito minha amiga.
Sou um surfistinha... amo o mar.
Mas, muito mais amo todos vocês.
Poetas... E por aí eu vou...
Espalhando saudades
e transformando a frágil ideia
dos dedos em poesia.
Ilda Costa
UMA CERCA
Izabel Melo
Nas minhas
caminhadas matinais, ao percorrer algumas ruas próximas, sempre me detenho em
uma delas, mais precisamente em uma casa, ou melhor, em sua cerca. Quem a
concebeu não se preocupou em apenas delimitar a área da residência, mas
transformá-la em uma exposição a céu aberto. Generoso, presenteia a todos que
por ela passa com um festival de cores onde emana doce e suave perfume. É uma verdadeira muralha verde coberta das
mais coloridas e perfumadas flores em que se evidenciam tumbérgias, alamandas,
jasmins e mimos do céu que descem até o chão se espalhando sobre a calçada
formando um tapete multicolorido.
Há alguns
dias descobri o morador responsável por tão belo espetáculo, é um renomado
poeta que além de fazer poesias, possui mãos de jardineiro cuidando dessa
formidável exuberância. Minha
curiosidade é despertada em saber o que tem além dela, mas, para conhecer era
preciso ser convidada a entrar, e isso, com certeza, é impossível.
Sendo assim,
dou asas à imaginação e idealizo que, por trás da cerca existe um belo jardim
onde se tem plantado girassóis, rosas e margaridas, e nas manhãs ensolaradas,
os raios de sol incidem nele provocando vários matizes onde é possível
contemplar as borboletas esvoaçando entre as flores, tendo no centro um pequeno
chafariz atraindo pássaros que cantam e se banham em suas águas. Ao lado, um grande caramanchão coberto de
Bougainvillea e embaixo dele, um confortável banco de madeira para sentar e
recitar seus poemas. E quando ao cair da tarde e a lua for chegando de mansinho
recobrindo o ambiente com sua luz prateada, a alma do poeta jardineiro desperta
revelando nele recônditos desejos e, como um alquimista, transformará rosas e
jasmins em doces versos de amor.
Gostaria de
agradecer ao bondoso poeta pela sua cerca que me acerca de tanta inspiração,
mas, confesso que até hoje não me cerquei de coragem para ir até ele, portanto,
continuarei todas as manhãs, percorrendo os caminhos me cercando de
encantadoras e sugestivas paisagens.