Academia Literária de Vida: DUCLERC, UM EDUCADOR QUE FAZ FALTA

Prof. Duclerc Chaves

Sem qualquer dúvida Duclerc Chaves, um educador que faz falta a multidão de amigos que privaram do seu convívio. Filho de Ananias Chaves Sobrinho (comerciante) e Maria Francisca Rebouças Chaves, (professora primária), nasceu na praia do Mucuripe, Fortaleza/CE, em 06 de agosto de 1931; quando senhor Ananias casou-se permaneceu um tempo no Ceará, dai, resolveu mudar-se para a cidade sergipana de Boquim, Duclerc era apenas uma criança, os anos foram passando e o menino cresceu estudando em Boquim, tornou-se professor de português passando a lecionar no Ginásio Santa Terezinha aonde trabalhou por 8 anos ministrando aulas no curso secundário. Na década de 1950 visitou sua cidade natal, Fortaleza, participando na ocasião de aperfeiçoamento promovido pela CADES, ao final do curso prestou Exame de Suficiência na Escola Normal cearense obtendo aprovação. Assim, o MEC conferiu a Duclerc, Registro Definitivo de Português, dando-lhe direito de lecionar no Curso Secundário. Ao voltar para Aracaju já na década de 1960, aos 29 anos de idade, trabalhou em colégios particulares e, na rede oficial do Estado ensinando português e latim no Instituto de Educação Rui Barbosa; Educação Moral e Cívica no Reformatório Penal de Aracaju, assumiu a direção do Colégio Estadual Presidente Costa e Silva e também o Curso Supletivo Professor Valnir Chagas. Ainda nessa década de 1960 Duclerc, contraiu em 03 de julho de 1962, núpcias com a jovem professora Lucila Moraes, com quem construiu uma família feliz.

Duclerc, sempre eclético tinha dom de mestre, exemplo disto era ver no horário reservado ao recreio o número de alunos que o circundava com perguntas que ele, pacientemente ouvia respondendo todas de acordo com o teor do assunto apresentado. A professora Hermínia Caldas (i.m.) se reportando ao colega de magistério, assim se expressou: “Como diretor de escola, não deixou que a vaidade turvasse seus anseios de bem servir a comunidade escolar nem de ser amigo dos seus colegas. Caminhou normalmente pela estrada do bem e da verdade para que o crédito que lhe foi dado em momento algum ficasse comprometido. Simples na sua maneira de ser, porém, lutador intransigente e obstinado, principalmente em se tratando de reivindicações sem ser exasperado ou subversivo; é um lutador convicto de sua responsabilidade social, dentro de um padrão de disciplina e conhecimento das leis, sustentado pelo equilíbrio emocional. ” (CALDAS, Vultos da História da Educação em Sergipe, 2015).

Recebeu homenagens de gratidão pelos benefícios prestados às instituições que serviu, umas das distinções que o orgulhava era a Placa Educador do Ano, concedida em 14 de outubro de 2000, pelo Sindicato dos Professores do Ensino Particular/SINPRO-SE. Na ocasião Duclerc foi saudado pela professora Vilma Santana, nesse teor: “Viesse tendo o Brasil a felicidade de possuir muitos pais e educadores do porte do professor Duclerc Chaves, o povo brasileiro teria melhor formação e a nossa juventude constituiria uma maior força para o soerguimento intelectual e moral do nosso País.” (CALDAS, Vultos da História da Educação em Sergipe, 2015).

Professor Duclerc, tinha convicções religiosas firmes e claras, foi diácono da Primeira Igreja Batista de Aracaju, professor na Escola Bíblica Dominical - EBD e líder do Núcleo de Oração semanal nos Lares núcleo que compreende a região Centro de Aracaju e Bairro São José. Era distinguido como um fiel pregador do Evangelho de Cristo sua voz pausada, passava tranquilidade ao interlocutor, pois o conhecimento da Palavra fazia dele mestre leal e dedicado às verdades bíblicas como também subsidiava lhe com conhecimentos necessário para aplicar no seu dia a dia, notadamente no “Senadinho,” local cativo de encontro com amigos - alguns deles autoridades dos poderes constituídos - em plena na Praça Fausto Cardoso onde se encontra o Monumento à Bíblia, mais especificamente entre dois prédios históricos tombados pelo IPHAN, Assembleia Legislativa e Palácio Olímpio Campos. O descanso dos justos o recebeu em 10 de fevereiro de 2024, deixando saudosos a dedicada esposa professora Lucila Moraes Chaves, os filhos Jairo, Acácia, Davi; todos os netos, o bisneto Adam; destes, faço referência especial ao neto Lucas, leal companheiro o fiel escudeiro dos avós.

Sandra Natividade - 26fev2024

Pesquisando também em Vultos da História da Educação em Sergipe, CALDAS, Maria Hermínia, Infographics, 2015