O rico solo literário de Sergipe vem dando seus frutos também no gênero infanto-juvenil.
JOSELITO MIRANDA DE SOUZA
Diretor e produtor gráfico da Editora ArtNer.
A literatura infantojuvenil é um ramo da literatura
dedicado especialmente às crianças e jovens adolescentes. Nela, se incluem
histórias fictícias infantis e juvenis, biografias, novelas, poemas, obras
folclóricas e culturais, ou simplesmente obras contendo/explicando fatos da
vida real (ex: artes, ciências, matemática etc).
Os primeiros livros direcionados às crianças foram
feitos por professores e pedagogos no final do século XVII, com o objetivo de
passar valores e criar hábitos. Atualmente a literatura infantil não tem só
este objetivo, hoje também é usada para propiciar uma nova visão da realidade,
diversão e lazer.
Fonte: Wikipédia
“Crianças que leem,
desvendam o mundo de uma forma mais bonita.”
Essa frase, retirada a partir de uma pesquisa no
Google, ilustra o bem que faz a leitura para as crianças. No Brasil há grandes
nomes na literatura infantojuvenil, com Monteiro Lobato, Ana Maria Machado,
Ziraldo e até mesmo o poeta Carlos Drummond de Andrade escreve neste gênero,
entre outros. Em Sergipe não poderia ser diferente, pois em nosso estado há
várias autoras: Ailezz, Gustavo Aragão, Antenor Aguiar, Madalena Resende, G.
Aguiar, Izabel Melo, Telma entre outras/os. Nesse contexto podemos incluir a
Academia Sergipana de Contadores de Histórias – ASCH, onde seus membros são
exemplos dedicados na arte de contar histórias para o público dos menores.
Mas, há um nome pouco lembrado ou até mesmo desconhecido no âmbito da literatura infantojuvenil, Alina Paim. Esta estanciana foi pioneira nesse gênero em Sergipe, tendo publicado diversos livros. No centenário do seu nascimento, a Editora ArtNer publicou “A casa da coruja verde”, uma reedição autorizada coordenada pela Profª Drª Ana Leal Cardoso, da Universidade Federal de Sergipe – UFS. Na ocasião, Ana Leal buscava resgatar a biografia da escritora.
“A republicação do conto infantil ‘A casa da coruja
verde’ é uma justa homenagem ao centenário de nascimento de Paim, cuja
expressiva produção ficcional – que há muito deveria estar inserida com
destaque no percurso do moderno romance brasileiro – traz a marca da luta por
uma sociedade mais justa, inclusiva.”
“A literatura infantil de Paim é fruto da
experiência da autora durante o período em que lecionou em uma escola para
filhos de pescadores, na ilha de Marambaia-RJ.”
Trechos da Apresentação da reedição do livro “A
casa de coruja verde”, ArtNer, 2019.
E falando na ArtNer, essa editora sergipana
publicou diversos títulos do gênero infantojuvenil. Seus autores são dedicados
escritores que buscam enriquecer o universo das crianças com histórias
singelas, mas que trazem motivação para a vida.
Faço aqui uma homenagem aos que publicam suas obras
por meio da ArtNer:
Maria Tayná Santos Cunha, uma menina de menos de 10 anos que escreveu “Minha estrelinha”.
Salete Nascimento, renomada cordelista, com “O
sonho de Sophia”, uma homenagem à sua neta.
Saulo Bispo, professor e ilustrador itabaianense, escreveu O lugar que só nós conhecemos”, “Aonde nos vai levar desta vez”, ambos ricamente ilustrados por ele, e “Desculpa”.
Aline Soares, odontologista, com “Sorria, Bia”, que
descreve uma consulta odontológica de sua filha.
Marineide Santos Macedo escreveu “O reizinho Otávio”, sobre a superação do luto.
Madalena Rezende, de Nossa Senhora da Glória, com
“Assembleia das letras”, que ensina as letras do alfabeto e “Abayomi e a saia
mágica da vovó”, sobre a arte de contar histórias.
Eliane Martiz, autora de três histórias da formiguinha “MIG”.
Rosa Maria Vieira de Santana, professora itabaianense, escreveu “A princesinha que não queria dormir”, também sobre questões do luto.
Izabel Melo, com “A lenda do caju”, que trata das origens indígenas da fruta.
Marcos Souza, professor em Aracaju, escreveu “As
aventuras de Sergi & Pê”, sobre o meio ambiente e cultura sergipana.
Enfim, ainda há muito o que contar sobre a riqueza
da literatura infantojuvenil sergipana.
JOSELITO MIRANDA DE SOUZA - Diretor e produtor gráfico da Editora ArtNer./Membro do Movimento Cultural Antônio Garcia Filho, da Academia Sergipana de Letras (MAC/ASL) – Cadeira nº 34.