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Tela de Mary Cossat |
UM CANTO DE SAUDADE
De Izabel Melo
Minha mãe cantava enquanto costurava. Os seus dedos segurando agulha e linha movimentavam-se no tecido como se dedilhasse um instrumento acompanhando a canção.
Mas, em um
determinado momento da vida ela parou de cantar e suas mãos, já sem
ritmo, esqueceram a costura a um canto, e seu silêncio transformou-se em
eternidade fazendo nascer em mim uma imensa saudade.
IZABEL MELO - engenheira agrônoma, escritora, poeta, membro da Academia Literária de Vida, da União Brasileira de Escritores e Academia Literária de Contadores de História.
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Tela de Frederic Leighton |
De Elenice Reis
No silêncio que mãe guarda no peito,
há palavras que o mundo não ouve direito.
Há noites sem
sono,
Há passos
contidos,
Há sonhos
guardados,
Há risos perdidos.
Ser mãe é doação sem medida,
é refazer-se em cada ferida.
É amar mesmo sem ser notada,
é viver com a alma marcada.
E quando pensamos que tudo passou,
vemos na mãe o que o tempo deixou:
Um amor que não se explica ou traduz
- apenas se sente e nos conduz.
De ELENICE REIS -professora, escritora, poeta e presidente da Academia Literária de Vida de Propriá, membro da Academia de Letras de Japoatã e membro Correspondente da União Brasileira de Escritores.
11 de Maio de 2025.