PRESENTES:
Eunice Guimarães, Maria Nazareth, Salete Nascimento, Edineide Santos, Jocileide Santos, Sandra Natividade, Emanuelle Ferreira, Josefa, Edilene Oliveira, Irinéa Borges, Maria José dos Santos, Terezinha Carvalho, Ana Izabel de Moura,Velda Santos, Shirley Rocha, Telma Costa, Ilda Rezende, Ailezz Rocha, Olga, Maria Neves N. Silva, Maria Gleide Almeida, Catia Maria Justo, Maria Rita dos Santos, Izabel Melo, Farid Silva, Mércia Regina Andrade, Edivâna Silva, Aurora Alves Souza, Elenilde Silva, Andréa Villa, Anabi Jesus, Maria Hortência Santos, Edivânia Silva Santos, Maria do Carmo Andrade, Yvone Mendonça de Souza, Marlene C. , Denise dos Santos, Vânia, Maria Leônia Garcia Costa Carvalho, Josefa Francisca dos Reis (Elenice Reis), Maria de Fátima Santos Xavier.
Pina – Crônica de uma vida dedicada às palavras
por Eunice Guimarães
Maria Lígia Madureira Pina, nasceu em Aracaju,
em 30 de setembro de 1925.
Na Aracaju dos anos 1920, quando o tempo ainda corria mais devagar e a brisa do mar sussurrava segredos entre as palmeiras da capital sergipana, nasceu uma menina que, mais tarde, escreveria sua história nas linhas mais nobres da cultura e da educação do Estado: Maria Lígia Madureira Pina.
Desde cedo, parecia que sua vida viria
embalada por palavras. Palavras que ensinariam, emocionariam, provocariam.
Formou-se em História e Geografia pela antiga Faculdade Católica de Filosofia
de Sergipe e fez do magistério sua vocação. Mas não foi uma professora
qualquer. Lígia inventava saberes com um quê de poesia. Em sala de aula, criava
peças de teatro, palavras cruzadas, charadas. Transformava conhecimento em arte
quando ninguém sequer imaginava essa possibilidade nas escolas.
Ensinou em quase todos os cantos da
capital: do Colégio Nossa Senhora de Lourdes ao Atheneu Sergipense, passando
pelo Colégio de Aplicação da UFS, onde foi mais que professora — foi criadora
de mundos. Encenou com seus alunos histórias como “O Viajante do Tempo”, “A
Reportagem Espacial”, “Patrícios x Plebeus” e outros. Literatura e didática
caminhavam de mãos dadas, sob sua direção firme e generosa.
Mas a sala de aula foi apenas o começo.
Maria Lígia transcendeu muros e carteiras. Dedicou-se à escrita com igual
intensidade: publicou poesias, contos, crônicas, estudos históricos. Os livros
“Flagrando a Vida”, “Satélite Espião observa a vida no Planeta Azul”, “A Mulher
na História”… seus livros não apenas contam histórias — registram vidas,
sobretudo de mulheres que desafiaram os limites do seu tempo. Seu trabalho,
inclusive, ecoou em universidades norte-americanas como a da Califórnia e Utah.
Fundadora da Academia Literária de Vida,
em 1992, transformou o sonho de muitos em realidade: um espaço para a palavra,
para a memória, para a permanência, para a mulher. Tomou posse na Academia
Sergipana de Letras em 1998, ocupando a cadeira 27, e deixou sua marca também
no Instituto Histórico e Geográfico de Sergipe e em inúmeras entidades
culturais e educacionais.
Multiplicaram-se as honrarias — medalhas,
diplomas, troféus. Foi Educadora do Ano, Escritora do Ano, Dama da Maior
Expressão Sócio-cultural e Intelectual, Mulher Século XX, Professora Emérita da
UFS, e muito mais. O reconhecimento, contudo, nunca a afastou da simplicidade.
Continuou sendo a professora que fazia questão de recitar poesia em
aniversários, de escrever necrológicos, de estar presente, de ser memória viva
de uma geração.
Partiu no dia 14 de agosto de 2014,
vítima de um AVC. Mas mesmo após sua despedida, não foi esquecida. A cada ano,
a cada evento literário, a cada homenagem póstuma, sua presença se reafirma.
Tornou-se patrona de cadeiras acadêmicas, nome de projetos, tema de pesquisas e
motivo de saudade.
Maria Lígia viveu intensamente. Viveu em
função das palavras. E pelas palavras permanece viva. Porque há vidas que não
cabem numa lápide, mas se perpetuam nos livros, nas salas de aula, nas memórias
dos que aprendem — e ensinam — com paixão.
Eunice Guimarães-
Aracaju, 17 de agosto de 2025.
Após a leitura da crônica por Eunice, foi a vez de Izabel Melo cantar a capela da música FASCINAÇÃO, uma das preferidas e cantada pela imortal Maria Lígia,
..mas Edivânia Silva resolveu dar uma complementação e ambas cantaram toda a música!
![]() |
Maria Rita (a direita) declamou de Maria Lígia a poesia ANALOGIA |
![]() |
Farid Silva, declamou de Maria Lígia a poesia BUCÓLICA |
![]() |
![]() |
Anabi de Jesus elogiando sua ex-professora, ali presente, Yvone Mendonça |
![]() |
Josefa, declamando Navio Negreiro de Castro Alves |
![]() |
Yvone Mendonça no seu depoimento sobre Lígia Pina, sua amiga e ex-colega de profissão |
![]() |
Elenice Reis, fundadora e presidente da Academia Literária de Vida de Propriá enalteceu a figura da patrona da ALVP, Maria Lígia Madureira Pina |
![]() |
Edilene e Irinéa Borge. Erinéa trouxe para o centro das atenções o Hino da ALVP |
![]() |
Shirley Rocha no depoimento sobre Maria Lígia Madureira Pina, sua mãe de coração |