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quarta-feira, 20 de agosto de 2025

Pina – Crônica de uma vida dedicada às palavras

 

                                                

PRESENTES:

Eunice Guimarães, Maria Nazareth, Salete Nascimento, Edineide Santos, Jocileide Santos, Sandra Natividade, Emanuelle Ferreira, Josefa, Edilene Oliveira, Irinéa Borges, Maria José dos  Santos, Terezinha Carvalho, Ana Izabel de Moura,Velda Santos, Shirley Rocha, Telma Costa, Ilda Rezende, Ailezz Rocha, Olga, Maria Neves N. Silva, Maria Gleide Almeida, Catia Maria Justo, Maria Rita dos Santos, Izabel Melo,  Farid Silva, Mércia Regina  Andrade, Edivâna Silva, Aurora Alves Souza, Elenilde Silva, Andréa Villa, Anabi Jesus, Maria Hortência Santos, Edivânia Silva Santos, Maria do Carmo Andrade,  Yvone Mendonça de Souza, Marlene C. ,  Denise dos Santos, Vânia,  Maria Leônia Garcia Costa Carvalho, Josefa Francisca dos Reis (Elenice Reis), Maria de Fátima Santos Xavier. 









  







Pina – Crônica de uma vida dedicada às palavras

por Eunice Guimarães

Maria Lígia Madureira Pina, nasceu em Aracaju,

em 30 de setembro de 1925.

        Na Aracaju dos anos 1920, quando o tempo ainda corria mais devagar e a brisa do mar sussurrava segredos entre as palmeiras da capital sergipana, nasceu uma menina que, mais tarde, escreveria sua história nas linhas mais nobres da cultura e da educação do Estado: Maria Lígia Madureira Pina.

Desde cedo, parecia que sua vida viria embalada por palavras. Palavras que ensinariam, emocionariam, provocariam. Formou-se em História e Geografia pela antiga Faculdade Católica de Filosofia de Sergipe e fez do magistério sua vocação. Mas não foi uma professora qualquer. Lígia inventava saberes com um quê de poesia. Em sala de aula, criava peças de teatro, palavras cruzadas, charadas. Transformava conhecimento em arte quando ninguém sequer imaginava essa possibilidade nas escolas.

Ensinou em quase todos os cantos da capital: do Colégio Nossa Senhora de Lourdes ao Atheneu Sergipense, passando pelo Colégio de Aplicação da UFS, onde foi mais que professora — foi criadora de mundos. Encenou com seus alunos histórias como “O Viajante do Tempo”, “A Reportagem Espacial”, “Patrícios x Plebeus” e outros. Literatura e didática caminhavam de mãos dadas, sob sua direção firme e generosa.

Mas a sala de aula foi apenas o começo. Maria Lígia transcendeu muros e carteiras. Dedicou-se à escrita com igual intensidade: publicou poesias, contos, crônicas, estudos históricos. Os livros “Flagrando a Vida”, “Satélite Espião observa a vida no Planeta Azul”, “A Mulher na História”… seus livros não apenas contam histórias — registram vidas, sobretudo de mulheres que desafiaram os limites do seu tempo. Seu trabalho, inclusive, ecoou em universidades norte-americanas como a da Califórnia e Utah.

Fundadora da Academia Literária de Vida, em 1992, transformou o sonho de muitos em realidade: um espaço para a palavra, para a memória, para a permanência, para a mulher. Tomou posse na Academia Sergipana de Letras em 1998, ocupando a cadeira 27, e deixou sua marca também no Instituto Histórico e Geográfico de Sergipe e em inúmeras entidades culturais e educacionais.

Multiplicaram-se as honrarias — medalhas, diplomas, troféus. Foi Educadora do Ano, Escritora do Ano, Dama da Maior Expressão Sócio-cultural e Intelectual, Mulher Século XX, Professora Emérita da UFS, e muito mais. O reconhecimento, contudo, nunca a afastou da simplicidade. Continuou sendo a professora que fazia questão de recitar poesia em aniversários, de escrever necrológicos, de estar presente, de ser memória viva de uma geração.

Partiu no dia 14 de agosto de 2014, vítima de um AVC. Mas mesmo após sua despedida, não foi esquecida. A cada ano, a cada evento literário, a cada homenagem póstuma, sua presença se reafirma. Tornou-se patrona de cadeiras acadêmicas, nome de projetos, tema de pesquisas e motivo de saudade.

Maria Lígia viveu intensamente. Viveu em função das palavras. E pelas palavras permanece viva. Porque há vidas que não cabem numa lápide, mas se perpetuam nos livros, nas salas de aula, nas memórias dos que aprendem — e ensinam — com paixão.

Eunice Guimarães-

Aracaju, 17 de agosto de 2025.

 Após a leitura da crônica por Eunice, foi a vez de Izabel Melo cantar a capela da  música FASCINAÇÃO, uma das preferidas e cantada pela imortal Maria Lígia, 


..mas Edivânia Silva resolveu dar uma complementação e ambas cantaram toda a música!

O dueto: Izabel Melo e Edivânia Silva


Maria Rita  (a direita) declamou de Maria Lígia a poesia ANALOGIA


Farid Silva, declamou de Maria Lígia a poesia BUCÓLICA




Anabi de Jesus elogiando sua ex-professora,
 ali presente, Yvone Mendonça


 Josefa, declamando Navio Negreiro de Castro Alves



A imortal da Academia Sergipana de Letras, Marlene Calumby 
dando seu depoimento sobre a presença de Ligia Pina na Academia Sergipana de Letras 

Yvone Mendonça no seu depoimento sobre Lígia Pina,
sua amiga e ex-colega de profissão


Elenice Reis, fundadora e presidente da Academia Literária de Vida de Propriá
enalteceu a figura da patrona da ALVP, Maria Lígia Madureira Pina

                                           
Maria Leônia, também relembrou a ex-colega Maria Lígia, quando no Colégio de Aplicação; ao lado Elenice Reis, Rosa de Fátima Xavier e Edilene Oliveira, as três membros da Academia Literária de Propriá

..
Edilene e Irinéa Borge. Erinéa trouxe para o centro
 das atenções o Hino da ALVP


Todas de pé para cantar o hino da Academia Literária de Vida de Propriá.
O hino foi criado com letra de Irinéa Borges e Rwanda Britto, ambas membros da ALVP,  Melodia de Roger Britto e Arranjo musical de José Roberto Brito


Shirley Rocha no depoimento sobre
 Maria Lígia Madureira Pina, sua mãe de coração




Ao encerrar, Eunice Guimarães disse: - Maria Lígia nos ensinou a viver e resistir através das palavras. Que educar é libertar. Que escrever é nunca morrer. 
Encerramos este Sarau com o coração grato e a mente inspirada, que seu CENTENÁRIO seja não apenas lembrado, mas vivamente celebrado.

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