Translate

sexta-feira, 14 de maio de 2021

Anamaria Pitangueira - valorosa compositora sergipana

 

Anamaria Pitangueira
De Sandra Natividade

    Estância município conhecido como Jardim de Sergipe, localizado no litoral sul do Estado é uma preciosidade. Cidade nascedouro em 1832 do primeiro órgão de imprensa por estas plagas, Jornal Recopilador Sergipano, sob a editoria do monsenhor Antônio Fernandes da Silveira, mais adiante ainda naquela década nasceu em 1887 Gilberto Amado, político, ensaísta, memorialista, diplomata conhecido internacionalmente. Estância é berço de outros ilustres sergipanos a exemplo de Gumersindo Bessa, Maurício Graccho Cardoso, José de Dome, Vieira Neto, Félix Mendes, Judite Melo, entre outros. Naquela pitoresca cidade também nasceu Anamaria Pitangueira, menina tranquila a vida lhe reservou oportunidade de conhecer outras terras, assim, aos 16 anos de idade saiu de seu município objetivando tratamento da própria saúde em São Paulo, e com o restabelecimento, depois de algum tempo foi ao Rio de Janeiro, mas a saudade da terra natal e raízes familiares a fizeram voltar a Sergipe só que fixou residência na capital Aracaju, onde continuaria estudando e, certamente trabalharia. 

    Aconteceu exatamente desse jeito prestou serviço terceirizado burocrático na Codise, iniciou sua formação acadêmica em Jornalismo pela atual Unit em Aracaju, concluindo posteriormente sua graduação na cidade maravilhosa. O tempo, naturalmente passou... Ana é o que se pode dizer poeta nata, é autodidata, contudo, procurou escola para aperfeiçoar-se como artista plástica e, nutre gosto apurado pela música. Na década de 1980 ainda em Aracaju, participou mesmo que fugazmente de movimentos literários sob a responsabilidade da saudosa poetisa Iara Vieira, lançando em junho/1984 seu primeiro livro de poesias sob o título “Labirinto – poemas e canções”. Entretanto, dando vazão ao determinismo que lhe é peculiar sentia faltar alguma coisa, dois anos depois decidiu voltar a empreender viagem ao sul do país desembarcando no Rio de Janeiro. Na grande metrópole a jornalista sergipana trabalhou na assessoria particular de artistas globais como: Dina Sfat e Elza Soares, todavia, a vontade de aculturar-se e expandir seus conhecimentos não a abandonava, assim sendo deliberou consigo viajar ao exterior, na bagagem, pretensão de dias melhores. 

    Como é costumeiro dizer, a abnegada sergipana enfrentou o mundo, estudou a língua do país onde queria ir e rumou para Deutschland a conhecida República Federal da Alemanha, mas não imaginava a jornalista sergipana que o cupido alemão estava à espreita. Iniciou sua maratona conseguindo trabalho não necessariamente em sua área de atuação, mas o encontrado foi suficiente. Conheceu Manfred Philipsky quatro anos após ter chegado à Alemanha, estava quase voltando para o Brasil, mas não era isto que Deus tinha reservado para ela, mas sim o casamento que a fez permanecer naquele país por vinte e oito anos, razão que lhe oportunizou conhecer boa parte da Europa. O marido Manfred nas horas vagas exerce a profissão de artista plástico sendo reconhecido em sua cidade, o exitoso enlace fez o casal visitar o Brasil e por extensão Aracaju quase que anualmente. Hoje Ana é cidadã de duas pátrias mantendo residência lá na Alemanha e no Brasil. Suas atividades se estendem no Brasil e fora dele, até o momento participou de seis coletâneas uma das quais nos EUA a convite de Terezinha Pereira. No Brasil lançou três CDs sob os títulos: Flor de Pitanga/2017 - poemas e canções, Entrelinhas/2019 - cantado e, Dança das Flores/2021– instrumental, todos produzidos pelo estúdio CAM em Aracaju. Além desses, brevemente serão lançados mais dois CDs.




    A inspiração na produção musical aflorou de forma intensa no período de 28ago2017 a 20dez2020, há exatos três anos e quatro meses foram produzidas: 65 partituras das músicas cantadas, 610 músicas instrumentais e aproximadamente 700 aguardando partituras. Sua produção alegre e acolhedora contempla personalidades que a autora conviveu ao longo de sua trajetória profissional na cidade do Rio de Janeiro, a exemplo das músicas Canto a Ana Botafogo - Primeira Bailarina do Theatro Municipal do Rio de Janeiro, Canto a Dina Sfat (i.m.), entre outros. Os estilos são variados: popular - chorinho, bolero, valsa, tango e clássico. Os CD’s exibem forma plural distinguindo-se músicas dedicadas a Aracaju, Estância e internacional. Para atender a extensa e onerosa produção da talentosa sergipana, há o envolvimento de muitos profissionais, ela diz gostar de fotografar, mas não declama, canta ou toca, sendo necessária a assessoria de terceiros a exemplo de músicos da: Banda do Exército Brasileiro, Banda da Polícia Militar do Estado de Sergipe e Banda do Corpo de Bombeiros Militar de Sergipe. Indagada sobre o alcance de sua obra, a compositora sergipana respondeu com a frase: “O que mais posso oferecer às pessoas nesses tempos difíceis? Só mesmo aquilo que sai de dentro de mim, do núcleo do meu ser, música!”. Ana é um talento sergipano a quem devemos reconhecimento. Parabéns a nossa valorosa compositora. Abril/2021

Sandra Natividade – jornalista, escritora, membro da Academia Literária de Vida, cadeira n. 12 – Patrona Flora do Prado Maia, membro do Conselho Editorial do O Jornal Batista. membro da Academia de Letras de Aracaju, cadeira n. 19 - Patrono Genolino Amado.