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domingo, 5 de dezembro de 2021

MANHÃ DE DOMINGO

                                                


Eunice Guimarães*

    Manhã de domingo, eram cinco e quinze horas.  Uma daquelas manhãs que você acorda e percebe que a vida pulsa lá fora. O dia te convida a viver plenamente! O sol já brilhava com toda intensidade, os pássaros cantavam, o cheiro de maresia e o barulho das ondas chegavam ao meu quarto, trazidos pela brisa suave da manhã. A minha alma sorria, a felicidade enchia o meu peito. Agradeci ao Pai Celestial pela dádiva da vida, pulei da cama, coloquei uma roupa de banho, tomei café, peguei o carro e segui rumo à praia, para fazer a minha caminhada.

    O céu estava lindo, com um azul celeste radiante, carregado de fofas nuvens branquinhas, as quais, em determinados momentos, pareciam tomar formas. As ondas, no seu vai e vem, banhavam os meus pés, o sol beijava a minha pele com os seus raios e ao mesmo tempo em que a brisa da manhã acariciava-me, eu caminhava na beira mar. A paz reinava dentro e fora de mim!

    Enquanto eu andava, ia observando a perfeição da natureza. As andorinhas em bando, sobrevoavam as águas do mar, indo pousar logo adiante, na areia da praia, buscando com seu bico, o alimento trazidos pelas ondas. Ao aproximar-me, batiam asas e voavam indo pousar em outro local mais distante.  Encontrei, ainda, uma garça branca pequena, que bailava no ar, no seu voo solitário, pousando aqui e acolá. As ondas que quebravam na praia formavam verdadeiros espelhos d'águas, onde tudo ao seu redor refletiam neles, completando o belo cenário, onde céu e terra se fundiam.

    As horas foram passando e o movimento de pessoas na praia aumentava. Pessoas em caminhada, entrando em sintonia com a natureza.  Pescadores lançavam seus anzóis, enquanto outros puxavam suas redes. Surfistas, com suas pranchas, lançavam-se ao mar. Cachorros, acompanhados pelos seus donos, davam um show à parte. Crianças faziam festas na areia molhada, criando piscinas e castelos, enquanto outras aproveitavam as piscinas naturais para banhar-se. Campos de futebol eram criados, aqui e acolá, onde homens jogavam sua pelada. As barracas começavam a criar vida, os sombreiros eram armados, as cadeiras e mesas arrumadas. Vendedores de cocos e picolés começavam a circular.  Pipas rasgavam o céu, completando assim, um belo cenário.

    Enquanto caminhava e observava a paisagem, aproveitava para ter uma boa conversa com o Pai Celestial, agradecendo-lhe por conceder-me a proeza de estar viva e poder apreciar tão belo espetáculo!

    Já era hora de regressar, o sol já ia alto…


*Eunice Guimarães - membro da Academia Literária de Vida, cadeira n. 19 - Patrona Ofenísia Freire, escritora, poetisa e amante da fotografia.