À minha mãe
Eu te vejo ao amanhecer
resplandecente
na luz rosa dourada
da aurora.
Eu te vejo ao anoitecer
vestida no manto acinzentado
das nuvens.
Eu ouço a tua voz
no sussurrar da brisa
e no seu roçar
sobre os meus cabelos
sinto a carícia suave
das tuas mãos pequenas
e macias.
Eu sinto no calor do sol,
o calor do teu afeto
e a beleza da tua alma
amiga
na luz etérea do luar.
Nos pingos de chuva,
caindo no meu rosto
sinto o néctar do teu beijo.
No deslizar das nuvens,
sinto a ternura dos teus braços
me envolvendo.
Meus braços se estendem
para abraçar-te...
As formas logo se desfazem.
Tudo não passa de sonho
fantasia
fruto da minha imensa
SAUDADE.
Maria Lígia Madureira Pina – do livro Flagrando a Vida.