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terça-feira, 22 de maio de 2012

A Solidão de Fernando

Elegância não falta no sentar,
A autora e sua filha ao lado de Fernando 
mas pálpebras não erram o seu olhar.
É incrível a mudez. Lágrimas, não.
Timidamente, toquei sua mão.

Usa chapéu, sem cobrir seu pensar...
Sentado à mesa, sem bebericar...
Sob o bronze, não bate um coração...
“É POETA!” – diz toda geração.

As pessoas se revezam, no bar,
nem sempre elas conjugam verbo Amar.
Da poeira do chão levantam pó.

Olham sem vê-lo... isto é companhia?
Seja durante a noite, seja dia,
o Fernando Pessoa fica só!

Maria da Conceição Ouro Reis - Lisboa, 31/08/ 1994.