A autora e sua filha ao lado de Fernando |
mas pálpebras não erram o seu olhar.
É incrível a mudez. Lágrimas, não.
Timidamente, toquei sua mão.
Usa chapéu, sem cobrir seu pensar...
Sentado à mesa, sem bebericar...
Sob o bronze, não bate um coração...
“É POETA!” – diz toda geração.
As pessoas se revezam, no bar,
nem sempre elas conjugam verbo Amar.
Da poeira do chão levantam pó.
Seja durante a noite, seja dia,
o Fernando Pessoa fica só!
Maria da Conceição Ouro Reis - Lisboa, 31/08/ 1994.