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quinta-feira, 13 de agosto de 2020

Seis anos se passaram -14.08.2014

 

Maria Lígia Madureira Pina

Somos felizes quando possuímos lembranças boas de pessoas que faleceram. Parece um paradoxo, mas não é. Lembrar alguém que morreu, mas deixou na nossa lembrança momentos felizes, ensinamentos prodigiosos, palavras inesquecíveis, objetos significativos de confiança, reconhecimento, lealdade, amizade, afetividade – é triste, mas trás consolação. Como esquecer o riso sincero, o toque de afago, um carinho a qualquer momento?

Lígia,

Queria aquele dom que você possuía de colocar no papel palavras que traduziam muito do afeto existente no seu coração. Sinto sua falta nas tarefas que fazíamos juntas, da sua repreensão pela minha ansiedade nos conflitos que surgiam. Relembro a última vez que nos vimos. Aquele seu último abraço, pedindo que eu não chorasse... Parece-me hoje, que algum anjo tentava me avisar. Agora, ainda meus olhos se enchem de lágrimas. E revejo seu sorriso sempre que entrava na minha casa ou quando me recebia na sua. Minha saudade não passa por mais que se diga que o tempo tudo leva. Ainda não levou a minha.

Aju, 14.08.2020.

Shirley Rocha